O Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Celíaca e o “Maio Verde” integram uma campanha para difundir informações e para alertar sobre sintomas, tratamento e, principalmente, sobre a importância do diagnóstico precoce. Entre cinco a dez de cada 1000 pessoas são celíacas e muitas delas não sabem. A Doença celíaca pode se manifestar em qualquer idade, inclusive em idosos, embora a maior parte dos diagnósticos ainda seja feita em crianças.
A doença celíaca (DC) é causada por reação autoimune ao glúten, uma proteína encontrada no trigo, cevada, centeio e alguns tipos de aveia provocando inflamação no intestino e levando à dificuldade para absorver os nutrientes dos alimentos.
Os sintomas podem estar ligados ao sistema gastrointestinal, tais como dor e distensão abdominal ou diarreia, mas também a outros sistemas. Baixa estatura, osteoporose, anemia que não melhora com o tratamento, infertilidade, dores articulares, fadiga crônica e defeitos de esmalte dentário podem ser a única manifestação da DC. Os sintomas podem se confundir com situações comuns, como a síndrome do intestino irritável, constipação e intolerância à lactose.
O diagnóstico necessita de exames específicos que devem ser feitos enquanto o indivíduo consome glúten e realizado por um médico com experiência em doença celíaca. A retirada do glúten da dieta deve ser feita por orientação médica, após a investigação. Pois, a exclusão do glúten sem orientação e no momento inadequado, pode impedir ou atrapalhar o diagnóstico, além de levar a riscos nutricionais ao paciente.
Familiares de primeiro grau de pacientes, pessoas com diabetes insulinodependente, outras doenças autoimunes e síndromes genéticas, como a síndrome de Down, têm risco elevado para a doença e devem realizar investigação.
O paciente com doença celíaca deve fazer uma dieta saudável, sem glúten e evitando substitutos industrializados e ultra processados. Os alimentos comuns na nossa região são excelentes substitutos e deve ser estimulado o consume de feijão, arroz, proteína animal (se você não for vegetariano) frutas e verduras, macaxeira, cuscuz, tapioca e derivados de milho, entre outros. Importante: a comida feita em casa é sempre a melhor comida.
Com a contribuição da Dra. Margarida Antunes, presidente do Departamento de Gastroenterologia da SOPEPE.